Se eu vivesse...
Se eu
estivesse...
Se eu pudesse...
SE... SE... SE...
Se eu vivesse na Terra em 2014... teria 225 anos de idade.
Se eu estivesse no mundo, estaria festejando os 185 anos do
Instituto que sonhei e fundei, as queridas Filhas de Maria. Ficaria maravilhado
ao ver o bem que fazem, concretizando a proposta de HORTO, jardim, lugar que
produz vida e beleza.
Se eu andasse pelo Brasil, em julho de 2014, teria me
alegrado com a realização da Assembleia pré-capitular em que quinze “Filhas” abraçaram
a causa do Carisma e da Missão do Instituto, hoje e no futuro. Teria exultado
de alegria ao ver como se organizaram e trabalharam bem, com responsabilidade e
leveza; com que seriedade valorizaram o caminho feito pela Província e os
trabalhos realizados pelas Comunidades sobre o 18º Capítulo geral.
Se eu andasse por aí, teria ouvido boas notícias também das
outras Assembleias que já foram feitas na América Latina e nas demais partes do
Instituto.
Se eu vivesse na Terra, estaria torcendo e orando pelo bom êxito, ou melhor, pelos bons frutos do 19º Capítulo geral, que
está sendo bem preparado. Pediria a Deus que derramasse bênçãos e luzes sobre
todas as pessoas comprometidas com esse evento.
Se eu vivesse na Terra, nesse momento histórico, me sentiria
feliz ao ver que o Instituto volta às origens, “fazendo-se tudo para todos” e,
agora, dando um salto de qualidade, com foco comunitário: “fazendo-se todas a todos”.
Se eu andasse por aí, daria os parabéns à Família
Gianellina, pelo cunho evangélico profético dessa proposta: “Com ALEGRIA...”
Ah! Como eu gostaria de viver nesse mundo para dizer-lhes que talvez isso – a
ALEGRIA, consequência do seguimento de Jesus – seja o ponto diferencial na
missão das “Filhas de Maria”, nos tempos atuais.
Se eu vivesse na Terra, visitaria cada Grupo Gianellino,
escutaria com gosto a partilha de suas experiências de espiritualidade e
solidariedade, rezaria junto e faria algumas propostas missionárias.
Se eu andasse nesse mundo de Deus, reuniria as Irmãs e
muitos leigos e leigas para que me contassem o que é a chamada “Família
Gianellina, quem faz parte dela, como funciona, que programação desenvolve, que
frutos de vida produz...
Se eu me encontrasse com as Irmãs referentes da Família
Gianellina, as incentivaria a criarem muitos outros grupos de pessoas tocadas
pela Caridade evangélica vigilante.
Se eu pudesse entrar nas Casas de Irmãs anciãs, diria a cada
uma delas: façam de tudo para que, ao final de sua peregrinação terrena, “a morte as encontre vivas”! Lembraria a todas que aparecem os limites da idade, da saúde, das forças físicas, das condições
mentais... mas a missão evangelizadora é sem limites: podem continuar “santificando-se, fazendo o bem”. E às
suas cuidadoras, diria: obrigado pelo generoso serviço à vida que vocês fazem
vinte e quatro horas por dia! Cuidem-se para bem cuidar!
Não estou mais nessa Terra... já passei por esse mundo,
durante 57 anos... Celebrei 168 anos da minha
morte... Celebro, mais que tudo, as boas sementes de evangelho que vocês
recolheram e continuam semeando, fazendo florescer e frutificar! De onde estou,
posso contemplar feliz os inúmeros “hortos de Maria” que já surgiram e outros
tantos que surgirão...
Não estou vivo na Terra, mas fiquei sabendo que muitas
pessoas realizam ações missionárias em favor da vida dos mais empobrecidos.
Disseram-me que se chamam “Amigos e Amigas de Gianelli”. Então, posso dizer que
continuo vivo! Continuo em comunhão com
vocês... e o Instituto das Filhas de Maria” continuará cada dia mais VIVO,
fazendo VIVER!
Bendigo a Deus porque eu não estou mais na Terra, mas vocês estão!
“Catarina, Clara e as outras” mandam lembranças!
Termino esta conversa com meu abraço e as mesmas
palavras que escrevi há 178 anos, ao finalizar uma carta no dia 29 de fevereiro
de 1836: “Adeus em Deus!”